Seja...Triste, mas não amargo. Introspectivo, mas não solitário. Crítico, mas não azedo. Cético, mas não cínico. Complicado, mas não intolerável. Sincero, mas não inconveniente. Veemente, mas não agressivo. Alegre, mas não leviano. Grave, mas não iracundo. (Ricardo Gondim)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

CRIADOR DE MIM


Criador de mim!
Tu que enxergas no profundo do meu interior,
Tu que sabes o que nem mesmo sei se virei a saber,
Impede, pois, a insídia a que tende esta criação que é tua.

Se o meu coração é falaz,
Se fugaz é a minha intenção,
É da tua interferência,
Que se impele o renascer desse ser que é teu.

Criador de mim!
Tu que tens a direção da cena,
Tu que és o autor da trama,
Refaz o cenário dos meus próximos atos.

Se preciso, sopra de novo,
Se essencial, forma outra vez;
Contanto que intuas em mim o teu querer,
E desde então, nada mais haverei eu de olvidar.

Criador de mim...



por Magno Ribeiro em 28/4/2009 às 02h08min

quinta-feira, 23 de abril de 2009

GRATIDÃO



Insurgi-me contra Ti,
Por tempos rendi-me a indiferença.
Assim mesmo surgiste em meu favor;
Surgiste, no entanto apenas à minha parca visão,
Conquanto, jamais apartastes Tua retina de minha direção.

Bastou-me apenas um abrir a porta,
Fizeste a festa e toda diferença.
O meu entendimento se viu convolado por esse Teu olhar;
Já a esperança perdeu o seu avesso,
Enquanto eu ressurgia do nada para o algo.

O que sucedeu aos muitos dias de noites,
Foi um tudo feito luz; uma nova manhã.
Irradiante a canção se tornou louvor,
E envolto em lances de exultação,
Expresso toda essa minha gratidão.




Por Magno Ribeiro em 24/4/2009 às 00h29min.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O QUE FAZER QUANDO NOSSOS FUNDAMENTOS SÃO BOMBARDEADOS?

Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?
O SENHOR está no seu santo templo, o trono do SENHOR está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
Salmo 11:3,4

Inicialmente busquei o sentido do termo “fundamentos”, utilizado pelo salmista e cheguei a conclusão de que ele se referiu a alicerce, estrutura.

Neste caso, a pergunta do salmista pode ser perfeitamente a minha. O que fazer quando tudo está ruindo? O que pensar quando mais que a liberdade, falta também a provisão das necessidades básicas da vida? Como agir quando pessoas que amamos padecem?

Curiosamente, o salmista responde a pergunta com uma declaração: “O SENHOR está no seu santo templo, o trono do SENHOR está nos céus”.

Logo, concluo que a pergunta parte da terra, enquanto que a resposta provém dos céus. Ora, neste caso tenho necessariamente que considerar dois ambientes distintos:

1. O primeiro ambiente está diretamente relacionado com a minha humanidade que é exposta a preocupações, dificuldades, doenças, relacionamentos, incertezas, tristezas e tantos outros sentimentos temporais;
2. O segundo ambiente é divino. Não muda, não desmorona, não está subordinado a governos, a sistemas econômicos e nem a condições climáticas;

É certo, portanto, que o que me controla, não controla Deus. O que me preocupa, não preocupa Deus. O que me cansa, não atinge a Deus. Deus não está preso ao corpo, logo pode estar em todos os lugares; Os ouvidos de Deus são diferentes dos meus, logo ele pode ouvir a oração de todos. Porque Ele está no seu santo templo, Deus está nos céus, Ele está acima de todas as coisas. Ele não se cansa e por isso não descansa.

Decerto é, que quando tudo parecer estar ruindo, quando os fundamentos estiverem sendo bombardeados pelas lutas, pelas perseguições ou pela injustiça, o conhecimento de que Deus está no seu santo trono, me dá a confiança de que preciso para enfrentar o futuro incerto. Quando sei que Deus está no controle do universo, posso descansar seguro, porque também sei que dos céus Ele poderá a qualquer momento se inclinar e ouvir a minha suplica e suprir todas as minhas necessidades.

Embora não possa entender o seu propósito e plano, preciso confiar que Ele está no seu trono no firme controle da minha vida e que tem total conhecimento de tudo quanto me aflige, me agonia. Nele encontro a solidez para os meus alicerces. Como diz a sua palavra de promessa: “os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre”.

Devo, pois, entregar o meu caminho ao Senhor, confiar Nele, que o mais Ele fará. (ref. Salmo. 37:5)

Amem!


por Magno Ribeiro em 25/5/2008.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

SINOPSE

De equívoco em equívoco,
Distanciei-me do Teu habitat.
Ignorei tudo que já havias planejado,
E sem pestanejar me senti absoluto.
Aventurei-me por traçar sozinho outro plano;
Idealizei, projetei, executei, fracassei.

De fracasso em fracasso,
Abismos atraíam outros tantos.
Se as manhãs eram dedicadas aos sonhos,
As noites embalavam pesadelos.
Excedi-me em excesso,
Enfureci-te descomedidamente.

A fúria do Teu amor,
Causou-me espasmos em toda musculatura.
Meus ossos como que esmagados,
Deixaram expostas as fraturas das minhas transgressões.
Mesmo depois do Teu socorro,
Ainda sinto dores, enxergo cicatrizes.

Em vestígios de estrago
Enternecido aceitastes minha contrição.
Abrandastes o rigor do castigo,
Premiado fui com o Teu perdão.
Por toda expressão de Tua grandeza,
Me rendo, me prostro, Te exalto, Te adoro.


Por Magno Ribeiro em 17/4/2009 às 00h:50m

segunda-feira, 13 de abril de 2009

NO LIMITE

Mateus 27: 45,46
E desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona.
E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?


Existem pessoas que estão vivendo no limite, pessoas gritando por socorro, mesmo a despeito de servirem a Deus. Tais pessoas estão cansadas de esperar e por causa do sofrimento estão abandonando os seus planos.

Quando se vive no limite, quando as forças cessam e quando a fé parece inexistir, é humano que gritemos. Jesus gritou em voz alta. Ele, o filho de Deus, para quem todas as coisas foram feitas, chegou o momento que não mais agüentou. Restou-Lhe apenas o grito, o pedido de socorro, o reconhecimento de que suas forças estavam no final. Jesus foi honesto com Deus declarando seu cansaço.

E é com este exemplo que procuro estabelecer a melhor forma para se atravessar, diante de Deus, momentos de sofrimentos, de angústias, de dores, melhor dizendo: o caos.

Ao gritar em voz alta na presença de todos (Deus meu, Deus meu!), Jesus demonstrou primeiramente honestidade com o Pai.

Foi como se dissesse a Deus:

a) Pai eu não me incomodei ter vivido até hoje diferente de como haveria de se esperar da minha condição de filho primogênito do Criador do Universo;
b) Eu nunca reclamei de não ter tido amigos, de ter vivido uma vida familiar restrita, de haver vivido perambulando pelo mundo;
c) Deus meu, eu não fiquei chateado quando os meus próprios discípulos me abandonaram (Mat. 26:56);
d) Eu me mantive em silêncio enquanto me humilhavam ( Mat. 26:63);
e) Porém, Deus meu e meu Pai: desprezo eu não agüento; me desamparares na pior hora de minha vida, isto eu não posso entender, por favor, não me leves a mal por está sendo muito honesto contigo, contudo, sou Teu filho e foste Tu mesmo que me fizeste humano.

Mesmo sabendo Jesus o propósito da cruz, Ele não ficou calado. Ele foi naquele instante profundamente honesto com o Pai e também foi absolutamente humano.

Humanos gritam, humanos choram, humanos pedem ajuda, humanos querem saber o porque, até mesmo quando já sabem.

Na condição de humano, Jesus estava no seu limite.

Mesmo sendo Ele o filho de Deus, mesmo sabendo Ele de todas as coisas, Jesus não deixou de ser humano quando quis saber o porquê daquele sofrimento (por que me desamparaste?).

Finalmente, constato que mesmo se encontrando no limite, mesmo tendo Jesus se colocado diante de Deus com honestidade e reconhecendo sua humanidade diante do sofrimento, Jesus não abandonou os planos.

Observo que ao longo de seus dias no mundo, Jesus havia expulsado demônios, curado enfermidades, acalmado o mar revolto, ressuscitou mortos, portanto, seria perfeitamente concebível que Ele vivendo aquele sofrimento que o levaria a morte, pudesse ter reivindicado seu poder ao Pai. Poderia até ter determinado que anjos viessem em seu favor e assim resgatá-lo daquela cruz.

Entretanto agindo assim, Ele estaria abandonando todos os planos. Que planos?

Está escrito:

João 3:16
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Qualquer coisa que Jesus fizesse naquele momento para aliviar seu sofrimento, qualquer pedido que fizesse a Deus neste sentido, seria admitir abandonar os planos. Neste caso tudo que havia sido feito estaria perdido.

Assim, aprendo com Jesus o que fazer quando se está no limite!

Verdade é que tem horas que a vontade é gritar; há momentos que a idéia que nos vem é a de que Deus nos desamparou; instantes existem que pensamos em abandonar todos os planos.

Nestas ocasiões é chegado o momento de sermos honestos com Deus; precisamos reconhecer a nossa humanidade, nossas limitações e fraquezas, todavia, jamais abandonar os planos.

Que planos?

Jesus morreu na cruz para que tenhamos vida e vida com abundância; para vencermos o mundo e para termos vida eterna.

Portanto, mesmo no limite, lembremos que Deus é Deus e que Ele age no impossível (Luc. 1:37).

domingo, 12 de abril de 2009

ESCOLHAS



Arrisquei-me escolhendo!
Bifurcações se multiplicavam diante de mim.
Quanto mais atraente fora a rota escolhida,
Tanto mais forte colidi, ao final fracassei.
Dos fracassos de ontem,
Restou-me a timidez de hoje.

Ainda arrisco-me quando escolho!
Nem sempre escolho o que quero,
É no que não quero para onde se inclinam minhas tendências.
Convivo nesta contínua peleja,
Da pertinácia que emerge dos meus tecidos,
Com o que busca inovar os meus sentidos.

Agora mesmo preciso escolher!
Desde já corro riscos.
Se enxergar o que perversamente me atrai,
O que é benévolo, o que me encanta, distancia-se de mim.
Felizmente já não mais estou só,
Fui escolhido, logo pressinto o que devo escolher.


por Wittembergue Magno Ribeiro em 12/4/2009 às 12h30min

sábado, 4 de abril de 2009

ENTRE SECOS E MOLHADOS


Não raras são às vezes em que pretendemos de forma cômoda, conciliar o certo com o duvidoso; a lógica com o desatino; a luz com as trevas. Quando agimos desta maneira, maliciosa ou ingenuamente, estamos sempre aptos a encontrar justificativas para associar estes e outros opostos. Mas, a verdade é que não há como encontrar formatos para se viver saudável e dignamente diante de Deus, possuindo caráter ambivalente.

Certa feita, ao contar a parábola de um administrador desonesto, Jesus retratou fielmente a intenção que se enraizou em muitos de nós, qual seja a de se exercer um proceder comprometido com os preceitos divinos, sem, no entanto, abandonar os conceitos equivocados de nosso tempo.

A parábola registrada em Lucas 16:1-13, talvez tenha sido a que melhor reuniu o interessante com o inusitado, por ter se servido Jesus do exemplo de um homem mundano e corrupto, para ensinar aplicações fundamentais à vida dos cristãos. É provável que ao utilizar histórias do cotidiano para ensinar lições espirituais, Jesus tenha lançado mão de uma constatação humana, de que pessoas entendem mais facilmente as coisas materiais. A analogia foi sem dúvida uma ferramenta importante para que Ele pudesse tornar mais compreensível os princípios do reino do céu.

O registro em comento traz um personagem que fora acusado de ter administrado mal os bens do seu senhor, logo, seria demitido, e assim, haveria de apresentar imediatamente a prestação de contas com o relatório de todos os haveres em favor daquele. A bíblia diz que havendo o homem refletido, elaborou um plano para reduzir as dívidas que as demais pessoas contraíram com o seu patrão e, após os acordos de redução pactuados, o administrador idealizou que mesmo perdendo seu emprego, estaria garantido com aquelas mesmas pessoas, assegurando desta forma o seu futuro bem próximo.

Pela sua astúcia, o administrador foi até elogiado pelo seu senhor, sendo esta, a meu ver, a principal lição que Jesus procurou transmitir com a parábola. Evidentemente que ao dizer “pois os filhos deste mundo são mais astutos no trato entre si do que os filhos da luz" (Lucas 16:8 - NTLH), Ele não consignou sob qualquer hipótese apoio à desonestidade, mas, ponderou como o mundo está mais bem servido por seus servos, do que Ele pelos que são Dele. Os objetivos, é claro, são diametralmente opostos, contudo, aqueles que estão no mundo têm sido mais diligentes em cuidar de seus próprios corpos do que cristãos em cuidar das suas almas.

Aquele administrador infiel percebendo qual seria o final daquela abordagem, ele não chorou, não se lamentou, mas encarou a realidade e começou a preparar o futuro. Avaliou de pronto em como seria depois que perdesse o emprego vigente, conquistou sua network e garantiu segurança financeira para depois do fim.

Certamente o que Jesus quis demonstrar com este exemplo, foi que diferente dos que não são Dele, nós cristãos vivemos quase sempre desatentos ao futuro que virá depois do fim. Temos visões encurtadas, pensamos no imediato, naquilo que se pode alcançar já, esquecendo que a vida que Deus nos assegura, é eterna e vai muito mais além de tudo quanto está sobre a mira da nossa visão.

E neste campo, fracassamos porque buscamos servir a dois senhores. Ao mesmo tempo em que dizemos confiar em Deus, depositamos confiança quase que incondicional em nossos próprios conhecimentos e forças. Enquanto afirmamos e reafirmamos dominicalmente a nossa fé em Cristo Jesus, cremos de segunda a sexta que os nossos problemas encontram fim a partir da conquista do dinheiro.

O administrador retratado por Jesus não obteve êxito servindo simultaneamente ao seu patrão e ao senhor da sua (dele) vida – o dinheiro. Todavia, ao ser confrontado por aquele senhor, sem pestanejar, optou por aceitar a demissão, não sem antes, porém, buscar nas ações seguintes, garantir a vida vindoura as suas próprias custas. Pelo menos neste aspecto aquele homem foi honesto. Neste mesmo sentido, Deus espera nossa honestidade, não tendo sido sem causa que Jesus afirmou que “um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro” (Lucas 16:13 - NTLH).

Temos, pois, que escolher entre servir a Cristo totalmente ou abandoná-Lo. Não existe meio termo. Com Deus não há conciliação de antagônicos; não se pode viver entre secos e molhados. Quem fica em cima do muro, cai.

MATEUS 6
25 Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas?

26 Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos?



Por Magno Ribeiro em 3/4/2009.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

ILHADO

Do negrume daquele instante,
Enxerguei o facho da Tua luz;
Ilhado pelo que me maculou,
O que a partir de Ti reluziu,
Transformou-me numa possibilidade.
Esta possibilidade em espera;
E a espera na Tua definitiva chegada;

Do clarão deste novo instante,
Vi-me carinhosamente embarcado por Ti;
Daquilo que me ilhava, salvação!
Agora em águas claras,
Navego somente em Tua direção;
Tu já és o caminho,
E a verdade de minha vida.

por Magno Ribeiro em 3/4/2009 às 6h46m.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A CHEGADA

Quando chegou, eu ainda Te esperava;
A retina já embaçada,
Subitamente tornou visível o Teu invisível rosto.

Os meus ultrapassados limites,
Passaram a entrever doces horizontes,
Somente porque Tu chegastes.

Se não fosse a dolente espera,
Queria eu Te esperar mais vezes,
Tudo para divisar Tua sutil aproximação.

Quando Tu chegas,
A imaginação cede lugar ao real,
E o silêncio converte-se em euforia.

Porquanto, já não careço saber onde estás,
Conquanto a espera cessou.
Tu estas bem aqui!



Por Magno Ribeiro em 1/4/2009 (04h45min)