Seja...Triste, mas não amargo. Introspectivo, mas não solitário. Crítico, mas não azedo. Cético, mas não cínico. Complicado, mas não intolerável. Sincero, mas não inconveniente. Veemente, mas não agressivo. Alegre, mas não leviano. Grave, mas não iracundo. (Ricardo Gondim)

segunda-feira, 30 de março de 2009

TEMOR OU MEDO?


Tenho temor!
Tenho medo!

Meu medo às vezes é maior se penso em Ti.
Vivo com medo do que deveria ser apenas temor.
Se em algumas ocasiões Te ouço dizer pra não ter medo,
Em outras é como se eu Te ouvisse dizendo pra ter.

Assim, ando com medo de meu silêncio,
Medo do Teu silêncio,
Medo dos meus pensamentos,
Medo desse meu comportado pavor.

Enfim, tenho medo dos meus medos!

Tenho medo até de confundir-me nas escolhas,
Medo que o passado se faça presente,
Que o presente não seja futuro,
Medo que desconfiem que esteja com medo.

Temer ou ter medo? Tenho ambos!

Sei que temer a Ti é odiar o mal;
A soberba e a arrogância,
O mau caminho e a boca perversa.

Preciso e quero odiar tudo isto!
Tenho medo de não conseguir.

Por Magno Ribeiro em 26/1/2008.

domingo, 29 de março de 2009

EU, SUJEITO

Me sujeito ao Teu jeito,
Porque sei que não fui perfeito.


Me sujeito ao Teu jeito,
Porque sei que ainda tem jeito.


Me sujeito, me consumo.
Mas sei que És o insumo,
Pra esse meu novo jeito,
Que ainda meio sem jeito,
Já está deTi sujeito.


Me sujeito agora, me sujeito qualquer hora,
Porque sei que nem sempre estive sujeito
Ao Teu jeito, que de tão perfeito,
Ao meu jeito não deu jeito.


Me sujeito pelo que És,
Me sujeito pelo que haverás de ser.
Me sujeito porque És duro,
Me sujeito porque És doce.


Desse jeito eu te amo,
E porque te amo, estou a Ti sujeito.



(Por Magno Ribeiro em 12/1/2008)

sábado, 28 de março de 2009

A REFORMA

Foi preciso ver desmoronado o castelo;
A areia cedeu ao primeiro sopro.

Foi preciso um novo dilúvio,
Para me dar conta que até a fauna sucumbiu;

Foi preciso despir-me por inteiro,
Para enxergar sujeira nas minhas vestes;

Foi preciso a reforma - foi precisa.

Precisa pela tempestividade;
Precisa em continuidade;
Precisa para a eternidade.


Por Magno Ribeiro em 29/3/2009 (02h30min)

A ESPERA (II)

(Por Magno Ribeiro em 16/12/2008)

Já não há mais forças;
Já nem mesmo sei o que ainda há.
Minhas limitações ultrapassam os meus limites;
Meus sentidos pouco Te sentem,
Tudo anda comprometido.
Não que eu tenha desistido de Ti,
Contudo, não sei esperar.
Preciso esperar!

Tuas palavras confortam, mas já não resolvem;
Teus gestos andam tão imperceptíveis,
Ou é a minha sensibilidade que tem andado insensível?
Nada à flor da pele.
Nada além do que vejo.
Não que eu tenha desistido de Ti,
Apenas não aprendi a Te esperar.
Vou ter de esperar!

Nesse jogo inacabado;
De tempo em tempo, prorrogação;
A vitória é só esperança.
Já a esperança, anda tão desesperada,
Busco alívio e em vez disso, angústia.
Mas não vou desistir de Ti,
Tenho de aprender a esperar.
Eu vou Te esperar!

A ESPERA (I)

(Por Magno Ribeiro em 2/12/2008)


Estou à Tua espera
E Tu bem sabes.
Ando cansado,
Espero cansado, mas espero.
Procuro ouvir a Tua voz,
Nem sempre ouço.
Agora, só silêncio.
Assim mesmo Te espero.
Enquanto Te espero,
Altos e baixos.
O Teu tempo me confunde,
Contudo, Te espero.
Onde estás?

DESABAFO

De tudo que eu sei,
Pouco ainda sei de Ti. Também pouco tenho a meu favor,

Se confuso e efêmero é tudo quanto já sei que sou.

Ah se eu soubesse ao menos um pouco do muito que sabes de mim!
Ampliaria nossos horizontes;
Reduziria nossas diferenças;
Me direcionava para bem mais próximo de Ti.

Por Magno Ribeiro em 27/3/2009.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Às vezes presente,
Tantas vezes ausente.
Presente ou ausente,
Eu tenho fé.

Seja do tamanho de um grão,
Seja microscópica,
Sutil ou intensa,
Ela é a minha fé.

Se com ela me convenço, sem ela me venço.
Se com ela eu falo, sem ela me calo.
Se há nela esperança, sem ela nada sou.

Nos territórios transitórios da vida,
Espero algum dia poder ouvir:
A tua fé te salvou!

(Magno Ribeiro em 3/12/2008)

PAU QUE NASCE TORTO MORRE TORTO. (Será?)


Por Magno Ribeiro em 19/3/2009 (21h53min).


“Pau que nasce torto morre torto”. Hoje acordei com esse ditado popular na memória. Talvez por haver, no passado, ouvido-o tanto, e por vezes associado a um dedo indicador voltado para minha direção; ou simplesmente como uma fonte de inspiração para alimentar esse meu desejo, ainda infantil, de escrever. Com o advento da informática, quase sempre quando digo escrever, quero dizer digitar e agora, diante de um computador conectado ao mundo cibernético, busquei a definição para ditado popular e encontrei ser “uma sentença de caráter prático e popular, que expressa em forma sucinta, e não raramente figurativa, uma idéia ou pensamento”.

Considerando tal preceito, o dito popular trazido à minha memória no meu despertar, submete todo sujeito que porventura tenha nascido com alguns desvios de conduta (torto), a um júri popular que já possui um veredicto pronto que é o de não se ter outra escolha durante a vida, a não ser a de viver até a morte como supostamente nasceu. Nasceu torto, vive e morre torto e ponto. Nada que venha o “torto” a fazer poderá mudar esse status contínuo de ter nascido torto. Sequer poderá ele recorrer da sentença imposta, neste caso, unilateral e mortal.

Ora, quando mantenho apenas a linguagem figurativa na fala popular, observo que até mesmo os paus que efetivamente nasceram tortos, adquirem novas formas e excelentes acabamentos quando moldados em serrarias e, se manipulados por experientes marceneiros, ganham contornos e transformam-se em artefatos requintados e valorizados, conquistando por fim, funções nobres. Logo, ao restabelecer a relação figurativa da fala, preciso crer que pessoas, como paus, até podem nascer tortos, porém morrer como nasceram não pode ser uma simples sentença de caráter prático e popular; quando muito é escolha.

Felizmente eu e todos os outros “tortos” espalhados pelos recantos deste planeta, podemos alcançar em Jesus o habeas corpus para esta cruel sentença. É apenas uma questão de descrer no popular, para crer no divino. Isto porque, através do amor de Cristo somos todos objetos de Sua experiência em carpintaria, mesmo quando o que se acredita é que para os “nascidos tortos”, não há mais qualquer alternativa, uma vez que já teriam cruzado uma linha para além da qual não há mais retorno.

Creio, portanto, que haverá sempre gente “torta” querendo passar pela serraria e marcenaria divinal e que por esta razão, não importa onde se encontrem, seja em praças, quartos escuros, hospitais e até mesmo em prisões, clamarão por Deus e suplicarão que lhes mostre um caminho de volta e Ele, que não resiste a um coração arrependido, atenderá, dando-lhes um novo nascimento, mostrando-lhes a verdade e garantindo-lhes uma vida eterna.

Assim, para mim que nasci torto, haver descoberto a tempo, que ao invés de ter tão somente a opção de morrer tal como eu nasci, tenho também, em Cristo Jesus, a possibilidade de nascer novamente, sem culpa e com tudo que já foi torto, modulado, me trouxe alivio e me tirou o peso da discussão trazida pelo adágio que movimentou os meus pensamentos iniciais deste dia.

Dessa maneira, ainda que tardiamente, rechaçarei a partir de então tudo quanto for popular, sempre que afrontar o que é divino. Entendo, portanto, ser afrontoso a Deus, condenar sumariamente a não se ter escolhas, desde o nascimento até a morte, todos aqueles “paus que nasceram tortos”, como eu. Porquanto, creio que tanto para mim, quanto para todos, Jesus Cristo concedeu a possibilidade do novo nascimento e por via de conseqüência, a de que venhamos ser novas criaturas. Sei também que para quem escolhe a Cristo e nasce novamente, há garantias de não mais haver condenação, de que as coisas velhas passam a inexistir, e de que tudo se transforma em novo.

Encerro o meu dia e estes escritos digitados, desautorizando a fala popular em minha vida, por ter entendido que até mesmo para “paus que nascem tortos”, existirá sempre a oportunidade do renascimento em Cristo, e sendo assim, morrer torto será apenas uma escolha, jamais uma sentença. Escolho, pois, através do perdão ofertado por Ele, transferir para o passado tudo quanto até agora tem sido torto em mim, e passo a nortear o meu caminho a partir do manual de conduta que encontro em Sua Palavra. Como resultado deste novo viver, sei que alcançarei vida e vida em abundância.



Agora já não existe nenhuma condenação para as pessoas que estão unidas com Cristo Jesus. (Romanos 8:1 – NTLH)

Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo. (II Coríntios 5:17 – NTLH)