Preciso não me
sentir obrigado em absorver mais do que absorvo,
Careço
aferir-me tão carente como carente afiro outrem;
Preciso me
absolver de dívidas prescritas, jamais pagáveis,
Careço livrar-me
dos grilhões que eu mesmo me brindei;
Preciso
sobrepor melhor conteúdo ao que já construí da minha história,
Careço
do escafandro divino para mergulhar mais profundamente em Ti;
Preciso de incentivo
para enxergar os lampejos de como seria minha vida sob os Teus valores,
Careço
revolucionar-me, todavia, não sem sabotar os meus mimos e subverter minha sina;
Preciso de esperança
que desvele em mim outra realidade, outro horizonte, outra forma,
Careço
perenizar o bem para enfim estreitar esse abismo que me separa de Ti;
Preciso dissociar-me
desta frenética busca pelo inatingível que me distancia da graça,
Careço
da serenidade de não me deixar seduzir pela mentira de que há outros caminhos;
Preciso
incubar Tua vida em minha vida,
Careço
viver as canções que tenho entoado pra Ti;
Preciso
parir oportunidades que sejam fecundadas por Ti,
Careço
enraizar-me outra vez para fazer diferente e diferença;
Preciso do
antidoto contra o veneno que
inoculo em mim mesmo,
Careço
que as Tuas palavras sejam transformadas em versos que me saciem de eternidade;
Preciso, careço...
por
Magno Ribeiro em 18/5/2012