Seja...Triste, mas não amargo. Introspectivo, mas não solitário. Crítico, mas não azedo. Cético, mas não cínico. Complicado, mas não intolerável. Sincero, mas não inconveniente. Veemente, mas não agressivo. Alegre, mas não leviano. Grave, mas não iracundo. (Ricardo Gondim)

sexta-feira, 27 de março de 2009

PAU QUE NASCE TORTO MORRE TORTO. (Será?)


Por Magno Ribeiro em 19/3/2009 (21h53min).


“Pau que nasce torto morre torto”. Hoje acordei com esse ditado popular na memória. Talvez por haver, no passado, ouvido-o tanto, e por vezes associado a um dedo indicador voltado para minha direção; ou simplesmente como uma fonte de inspiração para alimentar esse meu desejo, ainda infantil, de escrever. Com o advento da informática, quase sempre quando digo escrever, quero dizer digitar e agora, diante de um computador conectado ao mundo cibernético, busquei a definição para ditado popular e encontrei ser “uma sentença de caráter prático e popular, que expressa em forma sucinta, e não raramente figurativa, uma idéia ou pensamento”.

Considerando tal preceito, o dito popular trazido à minha memória no meu despertar, submete todo sujeito que porventura tenha nascido com alguns desvios de conduta (torto), a um júri popular que já possui um veredicto pronto que é o de não se ter outra escolha durante a vida, a não ser a de viver até a morte como supostamente nasceu. Nasceu torto, vive e morre torto e ponto. Nada que venha o “torto” a fazer poderá mudar esse status contínuo de ter nascido torto. Sequer poderá ele recorrer da sentença imposta, neste caso, unilateral e mortal.

Ora, quando mantenho apenas a linguagem figurativa na fala popular, observo que até mesmo os paus que efetivamente nasceram tortos, adquirem novas formas e excelentes acabamentos quando moldados em serrarias e, se manipulados por experientes marceneiros, ganham contornos e transformam-se em artefatos requintados e valorizados, conquistando por fim, funções nobres. Logo, ao restabelecer a relação figurativa da fala, preciso crer que pessoas, como paus, até podem nascer tortos, porém morrer como nasceram não pode ser uma simples sentença de caráter prático e popular; quando muito é escolha.

Felizmente eu e todos os outros “tortos” espalhados pelos recantos deste planeta, podemos alcançar em Jesus o habeas corpus para esta cruel sentença. É apenas uma questão de descrer no popular, para crer no divino. Isto porque, através do amor de Cristo somos todos objetos de Sua experiência em carpintaria, mesmo quando o que se acredita é que para os “nascidos tortos”, não há mais qualquer alternativa, uma vez que já teriam cruzado uma linha para além da qual não há mais retorno.

Creio, portanto, que haverá sempre gente “torta” querendo passar pela serraria e marcenaria divinal e que por esta razão, não importa onde se encontrem, seja em praças, quartos escuros, hospitais e até mesmo em prisões, clamarão por Deus e suplicarão que lhes mostre um caminho de volta e Ele, que não resiste a um coração arrependido, atenderá, dando-lhes um novo nascimento, mostrando-lhes a verdade e garantindo-lhes uma vida eterna.

Assim, para mim que nasci torto, haver descoberto a tempo, que ao invés de ter tão somente a opção de morrer tal como eu nasci, tenho também, em Cristo Jesus, a possibilidade de nascer novamente, sem culpa e com tudo que já foi torto, modulado, me trouxe alivio e me tirou o peso da discussão trazida pelo adágio que movimentou os meus pensamentos iniciais deste dia.

Dessa maneira, ainda que tardiamente, rechaçarei a partir de então tudo quanto for popular, sempre que afrontar o que é divino. Entendo, portanto, ser afrontoso a Deus, condenar sumariamente a não se ter escolhas, desde o nascimento até a morte, todos aqueles “paus que nasceram tortos”, como eu. Porquanto, creio que tanto para mim, quanto para todos, Jesus Cristo concedeu a possibilidade do novo nascimento e por via de conseqüência, a de que venhamos ser novas criaturas. Sei também que para quem escolhe a Cristo e nasce novamente, há garantias de não mais haver condenação, de que as coisas velhas passam a inexistir, e de que tudo se transforma em novo.

Encerro o meu dia e estes escritos digitados, desautorizando a fala popular em minha vida, por ter entendido que até mesmo para “paus que nascem tortos”, existirá sempre a oportunidade do renascimento em Cristo, e sendo assim, morrer torto será apenas uma escolha, jamais uma sentença. Escolho, pois, através do perdão ofertado por Ele, transferir para o passado tudo quanto até agora tem sido torto em mim, e passo a nortear o meu caminho a partir do manual de conduta que encontro em Sua Palavra. Como resultado deste novo viver, sei que alcançarei vida e vida em abundância.



Agora já não existe nenhuma condenação para as pessoas que estão unidas com Cristo Jesus. (Romanos 8:1 – NTLH)

Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo. (II Coríntios 5:17 – NTLH)