Seja...Triste, mas não amargo. Introspectivo, mas não solitário. Crítico, mas não azedo. Cético, mas não cínico. Complicado, mas não intolerável. Sincero, mas não inconveniente. Veemente, mas não agressivo. Alegre, mas não leviano. Grave, mas não iracundo. (Ricardo Gondim)

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Paráfrase


Ando construindo e demolindo teses de sobrevivência.
Com frequência observo que o que imagino ser novo em mim, nem sempre é bom,
Além do que constato que o que penso ser bom, não é necessariamente novo.
Até agora não fui sequer premonitório,
E o meu espanto, quando há, é meramente retórico.
Mas isto se configura apenas em detalhe, posto que, como já dissera o poeta,
‘A retórica está na língua de quem ama, de quem engana e de quem tem necessidade’.

O que resulta em desespero, no entanto, é essa dependência que tenho de mim,
E nela, enxergo-me como autofágico escasseando as últimas reservas.
Por isto que em minhas catilinárias, ouso parafrasear Cícero e indago-me:
Até quando, enfim, abusarás da minha paciência? Por quanto tempo ainda esse teu rancor me enganará? Até que ponto a tua audácia desenfreada se gabará de mim?
Oxalá pudesse aguentar a prosperidade com autocontrole e a adversidade com mais firmeza,
Mas não tenho conseguido, e nem sei se algum dia hei de conseguir.

‘Vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento’, 
‘Desventurado homem que sou! Quem me livrará?’ Exclamo.
Daí a minha maior carência: a de Ti.
E se é vero que não resistes ao meu arrependimento,
Declaro-me arrependido agora, sem saber, todavia, se estarei logo mais.
Careço da Tua urgência!
Ou melhor, clamo.



Por Magno Ribeiro em 16/9/2013

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

ETAPAS



De vez em quando o vento surge na popa;

De vez em quando!

A navegação entra em rotas aparentemente calmas;

Aparentemente!


Corro contra o tempo e mesmo quando o vento sopra a favor,

Pressinto que o destino se mantém ainda distante.

Tudo porque, careço sustentar o excesso dos meus pesos,

E as consequências dos meus tantos equívocos.


Quando penso que sou, simplesmente estou,

Incerto se sigo certo nos caminhos que vou.

Hoje aqui, amanhã não sei,

E do pouco que já sei, falta-me a lucidez.


Agora, encerro etapas,

Festejo batalhas vencidas, mas não a guerra.

Não devo e não posso me afastar de Ti.

Insurjo-me outra vez aos Teus cuidados.



por Magno Ribeiro em 25/12/2009.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

CRIADOR DE MIM


Criador de mim!
Tu que enxergas no profundo do meu interior,
Tu que sabes o que nem mesmo sei se virei a saber,
Impede, pois, a insídia a que tende esta criação que é tua.

Se o meu coração é falaz,
Se fugaz é a minha intenção,
É da tua interferência,
Que se impele o renascer desse ser que é teu.

Criador de mim!
Tu que tens a direção da cena,
Tu que és o autor da trama,
Refaz o cenário dos meus próximos atos.

Se preciso, sopra de novo,
Se essencial, forma outra vez;
Contanto que intuas em mim o teu querer,
E desde então, nada mais haverei eu de olvidar.

Criador de mim...



por Magno Ribeiro em 28/4/2009 às 02h08min