Seja...Triste, mas não amargo. Introspectivo, mas não solitário. Crítico, mas não azedo. Cético, mas não cínico. Complicado, mas não intolerável. Sincero, mas não inconveniente. Veemente, mas não agressivo. Alegre, mas não leviano. Grave, mas não iracundo. (Ricardo Gondim)

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sussurros



Inquieto, constato que sou dependente das expectativas que a minha alma acolhe, e que os sonhos que persigo me exaurem e não raramente, são inóspitos, mas, assim mesmo entorpecem-me a consciência e maculam a paz que careço.

Vivo crendo que posso modificar a trajetória das contingências, que consigo blindar-me dos percalços, da maldade, do maldoso, e de que serei capaz de sobrepor à crueza existencial, burlando o insólito. Sim, eu creio na onipotência! A minha.

Contudo, a todo o momento estou em esquinas tendo de escolher direções. Sem onisciência, são nesses instantes de escolhas que a estrada larga poderá me levar à sarjeta, que o atalho pode ter potencial de abismo, e a avenida iluminada não me é garantia de segurança.

Ao encarar a vida como uma batalha, a fadiga não me dá trégua. Tenho confiado demais na força do meu braço de carne para ordenar meus destinos. Superestimo a capacidade que estimo possuir, e sigo arranhando a alma acreditando ser possível blindar o corpo.

Por agora, aproprio-me de um sentimento emanado do grande poeta: “...quanto tempo do meu passado foi só a vida mentida de um futuro imaginado... Que fiz de mim? Encontrei-me quando estava já perdido...[?]”.

Vejo-me numa arena barulhenta clamando pelo Teu colo. Sinto-me castigado e ferido pelo tempo, e ainda sou atormentado com o fantasma do ‘nunca mais!’. “Ainda assim, aqui dentro sou favorável à Tua lei, mesmo que outra esteja combatendo àquela que o meu interior aprova”.

Eis a causa dos ossos esmagados, eis a nascente das dores que agora sinto. “Ah essa minha natureza, que de tão humana, deixa de fazer o bem que quer, para exercer o mal que não quer! Quando é que dela Tu me livrarás?”

Por vezes ouço Teus sussurros, neles, a sensação de que Tu enxergas e não rejeitas a minha [contínua] contrição; deles, o sonido “a minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco.”
   
Acalmado, pois, anseio despojar-me da pretensão de ser conquistador de utopias, e com menos arroubos, anelo recuperar parte dos anos que caminhei em círculos, e entender que os castigos e as feridas já não mais pairam sobre mim, porquanto, por causa de Ti, posso ter paz.



segunda-feira, 20 de abril de 2009

O QUE FAZER QUANDO NOSSOS FUNDAMENTOS SÃO BOMBARDEADOS?

Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?
O SENHOR está no seu santo templo, o trono do SENHOR está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
Salmo 11:3,4

Inicialmente busquei o sentido do termo “fundamentos”, utilizado pelo salmista e cheguei a conclusão de que ele se referiu a alicerce, estrutura.

Neste caso, a pergunta do salmista pode ser perfeitamente a minha. O que fazer quando tudo está ruindo? O que pensar quando mais que a liberdade, falta também a provisão das necessidades básicas da vida? Como agir quando pessoas que amamos padecem?

Curiosamente, o salmista responde a pergunta com uma declaração: “O SENHOR está no seu santo templo, o trono do SENHOR está nos céus”.

Logo, concluo que a pergunta parte da terra, enquanto que a resposta provém dos céus. Ora, neste caso tenho necessariamente que considerar dois ambientes distintos:

1. O primeiro ambiente está diretamente relacionado com a minha humanidade que é exposta a preocupações, dificuldades, doenças, relacionamentos, incertezas, tristezas e tantos outros sentimentos temporais;
2. O segundo ambiente é divino. Não muda, não desmorona, não está subordinado a governos, a sistemas econômicos e nem a condições climáticas;

É certo, portanto, que o que me controla, não controla Deus. O que me preocupa, não preocupa Deus. O que me cansa, não atinge a Deus. Deus não está preso ao corpo, logo pode estar em todos os lugares; Os ouvidos de Deus são diferentes dos meus, logo ele pode ouvir a oração de todos. Porque Ele está no seu santo templo, Deus está nos céus, Ele está acima de todas as coisas. Ele não se cansa e por isso não descansa.

Decerto é, que quando tudo parecer estar ruindo, quando os fundamentos estiverem sendo bombardeados pelas lutas, pelas perseguições ou pela injustiça, o conhecimento de que Deus está no seu santo trono, me dá a confiança de que preciso para enfrentar o futuro incerto. Quando sei que Deus está no controle do universo, posso descansar seguro, porque também sei que dos céus Ele poderá a qualquer momento se inclinar e ouvir a minha suplica e suprir todas as minhas necessidades.

Embora não possa entender o seu propósito e plano, preciso confiar que Ele está no seu trono no firme controle da minha vida e que tem total conhecimento de tudo quanto me aflige, me agonia. Nele encontro a solidez para os meus alicerces. Como diz a sua palavra de promessa: “os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre”.

Devo, pois, entregar o meu caminho ao Senhor, confiar Nele, que o mais Ele fará. (ref. Salmo. 37:5)

Amem!


por Magno Ribeiro em 25/5/2008.