Seja...Triste, mas não amargo. Introspectivo, mas não solitário. Crítico, mas não azedo. Cético, mas não cínico. Complicado, mas não intolerável. Sincero, mas não inconveniente. Veemente, mas não agressivo. Alegre, mas não leviano. Grave, mas não iracundo. (Ricardo Gondim)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

FASES DO OLHAR


Olho para trás!
Não creio no que vejo.
Preciso crer!
Abaixo a cabeça,
Preciso erguer!
Nada fácil, mas preciso.
Quando sem forças,
Não entrevi sobrevivência,
Ainda assim tive que sobreviver!
Sem o sorriso é bem verdade,
Ele se foi, respeitou o momento.
Envergonhado com o que vi, decidi,
Somente regressaria verdadeiro.

Olho para cima!
Vejo o que não cria.
Preciso de socorro!
Levanto a cabeça,
Tenho de curvar!
Não mereço, careço.
De Ti logo me veio toda força,
E do Teu existir,
Minha nova existência!
Até a sorte, restaurada,
Invadiu o tempo presente.
Enquanto que o sorriso, escancarado,
Retornou dando conta de um futuro bom.

Olho para frente!
Mesmo sem ver, creio.
Confiar é preciso!
Ergo meu olhar,
Tenho de enxergar!
O Teu tempo, meu tempo será.
Se é desejo Teu me tornar ouro,
Aceito o fogo,
Me darás resistência!
O porquê, já não mais importa,
Acredito no Teu ‘tende bom ânimo’.
E seja para onde for à direção do meu olhar,
O Teu, estará em mim até o instante final de meu dia último.




por Magno Ribeiro em 24/5/2009 às 14h43min.

sábado, 23 de maio de 2009

FUTURO DO PRESENTE


Quisera poder reviver o que deixei de viver,
Andar pelos caminhos que os descaminhos me afastaram.
Quisera poder regressar a minha forma primária,
Apreciar a poesia de ser jovem, curtir as insônias,
Aprender a comer legumes e balancear os sabores do meu paladar.
Diante de absoluta impotência, o existir do meu presente,
Somente me é suportável pela onipresença do Criador.

Quem dera tivesse eu a ciência do futuro!
A frustração do passado teria sido evitada,
E os desacertos eliminados.
Mas, só a utopia faz-me desejar a prerrogativa do Supremo,
Que o bom senso me assegura ser inalcançável.
Nada a fazer, se o passado no passado,
Nem mesmo a onipotência divina se propõe recria-lo.

Pudera essa sensação contínua de ter deixado de se viver algo,
Afinal, o presente se tornará passado no próximo instante.
Resta-me vislumbrar o futuro,
Projetado pelos meus sonhos,
Ainda que imperceptível, inaudível e em parte intangível.
Contudo, o futuro do presente,
Não me pertence, repousa na onisciência de quem me criou.




por Magno Ribeiro em 23/5/2009 às 18h48min.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

IMPACIENTE FÉ



Espero com impaciência!
Quisera não ser impaciente;
Tenho sido.
Minhas resistências são quase sempre medidas até o limite,
E da puerícia parece não querer sair essa minha fé.

Da impaciência, inquietação!
Inquieto, corro o risco de entregar-me a mim;
Disto resultaria o caos.
Me livres, pois, dessa entrega de fracasso garantido;
Volver em minha direção será o recomeço para o nada eterno.

Quando se trata de mim, sou levado a crer,
Que a Tua preferência de chegada é no dissipar das minhas forças.
Resignado acato.
No entanto, desterra essa repugnante incredulidade que me habita,
E recicla essa minha impaciente fé.


por Magno Ribeiro em 7/5/2009 às 15h58min